HISTÓRIA EM QUADRINHOS E CIÊNCIA EM DEBATE NA ALERJ

Uma aula de física ministrada pelos personagens da Turma da Mônica. As palestras do desenhista e empresário Maurício de Souza e do físico Francisco Caruso, durante o 2º Simpósio de Ciência, Arte e Cidadania, que acontece na Alerj, desenvolveram complexos problemas de mecânica, ótica e termodinâmica utilizando as tiras dos mais famosos personagens de histórias em quadrinhos do Brasil. O público que encheu o Plenário Barbosa Lima Sobrinho durante a conferência "Quadrinhos, Ciência e Arte" pôde se divertir com o talento cômico de um e se instruir com as explicações técnicas do outro.

O evento, coordenado pela educadora da Casa da Ciência da Ufrj, Izabel Azevedo, também mostrou a produção do projeto Educação com História em Quadrinhos (EduHQ). Trata-se de uma oficina com alunos do ensino médio de escolas públicas que incentiva a produção de tiras que abordem questões científicas. Elaborado por Caruso, o projeto tem como objetivo incentivar a alfabetização científica dos alunos, desenvolver técnicas metodológicas que transfiram o conhecimento para a produção artística e estabelecer pedagogias que contemplem articulações entre o ensino e o talento. Em dois anos de atividade, produziu mais de 550 histórias.

"As tiras só são produzidas quando o aluno compreende o conceito que deve ser abordado. Eles se tornam os artistas do projeto e, ao mesmo tempo, tradutores de conhecimento. Trata-se de uma alternativa fundamental para atrair o interesse dos jovens para a física", explicou Caruso, lembrando que o ensino da disciplina na maior parte das instituições é equivocado. "Até o ensino médio, as crianças só tem seis meses de aulas de física e quatro anos de biologia a matemática. Abordar a física de um modo mais interessante é vital para despertar o interesse dos alunos", ressaltou.

Maurício de Souza explicou que as situações freqüentemente abordadas pelas histórias em quadrinho procuram ser similares ao dia-a-dia das crianças. O cartunista lembrou que as histórias da Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali fazem parte da formação das últimas quatro gerações e que, portanto, é importante sempre apresentar questões instrutivas, e não apenas divertidas. "Ao utilizarmos o humor, abrimos novas possibilidades de conhecimento. As reflexões sobre as questões da física se tornam mais atraentes para as crianças se as abordarmos em situações comuns, divertidas e de fácil entendimento", afirmou o cartunista.

As outras atrações do simpósio neste sábado (11/09) são o debate "Imagem em Movimento, Arte e Ciência", a partir das 17h, e a apresentação da Orquestra Brasileira de Harpas, a partir das 20h.


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