Em cosmologia e gravitação, a ME não extensiva já se mostrou uma ferra- menta útil para entender comportamentos de corpos celestes e do próprio universo. Um exemplo: imagine uma estrela ‘aprisionada’ numa galáxia. Em meio a outros bilhões de estrelas, ela se desloca ao sabor apenas da atração gravitacional – no caso, uma interação de longo alcance –, sendo ora atraída por uma companheira, ora atraída por outra... E, assim, a estrela prisioneira começa sua longa e caótica jornada, passando por vários locais da galáxia. Essa estrela – como qualquer outra que passar nas proximidades de uma certa região de instabilidade desse sistema – tem sua órbita associada a uma distribuição de energia, ou seja, nas vizinhanças dessa região, são possíveis diversos valores de energia para a estrela. E quanto maior for a energia associada à sua órbita, maior será sua probabilidade de vencer a atração gravitacional exercida por suas companheiras e escapar da galáxia. Agora, o fato inusitado: estudo [4] mostrou que a distribuição da ener- gia nas proximidades dessa região de instabilidade obedece a uma estatística semelhante à de Tsallis.
ManganitasOs primeiros modelos para entender as propriedades magnéticas das manganitas (material formado por átomos de oxigênio, manganês e terras raras) datam ainda da década de 1950. No entanto, eles se caracterizam por serem muito complicados. Entende-se, pois as manganitas têm as características de um sistema complexo. Só para citar duas delas: a) muitos elementos constituintes eb) interação de longo alcance entre eles. Agora, trabalho [5] mostrou que a ME não extensiva pode levar a um modelo simples e que explica com fidelidade comportamentos das manganitas quando amostras dessa substância, inicialmente a baixíssimas temperaturas, são submetidas a campos magnéticos externos até atingirem a temperatura ambiente.Empregando a ME não extensiva como modeloteórico, foi possível descrever como a magnetização da amostra – ou seja, com que grau ela se magnetiza – varia com a temperatura. Algumas manganitas apresentam um dos fenômenos mais curiosos da natureza: a magnetorresistência colossal, na qual a resistência elétrica aumenta imensamente quando a amostra está na presença de um campo magnético. Isso faz delas excelentes candidatas a sensores.