No CBPF

Em 1991, outro trabalho [2] ampliou as idéias da ME não extensiva e se tornou o artigo da física brasileira mais citado mundialmente na década de 1990. Hoje, são cerca de 700 pesquisadores, em 45 países, trabalhando com a ME não extensiva. Mais de mil artigos já foram publicados, e ocorreram vários encontros sobre o tema no Brasil e exterior. A seguir, são relatados trabalhos feitos no CBPF que empregaram a estatística de Tsallis [3 a 8] ou usaram modelos teóricos para estudar o comportamento de sistemas complexos [9 e 10].

Cavalos cegos e Aeroportos

A ME não extensiva carrega em seu bojo o fator ‘q’ (índice de não extensividade), que guarda muito da essência dessa nova estatística. Mas o que ele significa? É a isso que seu criador se dedica no momento [3]. E ele já tem uma idéia, que pode ser retratada em analogias. Imagine uma criança que foi fadada a um destino cruel: passar a vida montada em um cavalo cego a vagar pelo Brasil. Depois de décadas e décadas nessa árdua empreitada, ela, já adulta, terá praticamente passado o mesmo número de vezes por cada cidade do território brasileiro – sistemas com esse comportamento, gases, por exemplo, são ditos altamente caóticos. Agora, outro cenário: essa criança vai viajar o resto da vida por uma grande companhia aérea. É muito provável que ela passe muitas vezes pelo aeroporto de São Paulo e poucas pelo de Rio Branco, no Acre – um sistema fracamente caótico. Guardadas as limitações dessas analogias, suspeita-se que o índice de não extensividade (q) tenha a ver com um comportamento semelhante de sistemas complexos que preferem certos estados a outros.

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