Da Antigüidade até o final do século 19, o homem enxergou uma natureza regulada pela ordem, da Terra à esfera celeste. Há cerca de 100 anos, porém, espantou-se com a imprevisibilidade dos fenômenos caóticos. Supôs serem exceções num universo quase perfeito. Enganou-se. Eram a regra. E, aos poucos, a imagem de um universo exclusivamente determinístico se desvaneceu.
Entre a ordem e o caosDa persistente monotonia da órbita de um planeta à pura erraticidade debilhões e bilhões de partículas enfurecidas de um gás, praticamente todos os sistemas – caóticos ou não – aparentavam estar essencialmente sob controle – o homem aprendeu até a domar estruturas caóticas,utilizando vestígios de ordem que sobrevivem dentro delas. E, então, se apontou para uma fronteira sutil, até então uma penumbra entre a ordem e o caos. Lá estavam – posando como um novo desafio – os sistemas complexos. Para entendê-los – ainda que minimamente –, é preciso visitar os dois extremos dessa fronteira: a ordem e o caos.