Os zévatrons chegaram
Volcano Ranch

Manhã de 7 agosto de 1962. Volcano Ranch, fazenda perto de Albuquerque, no Novo México (Estados Unidos). Vinte detectores, espalhados por 40 km2, recebem o impacto de uma chuveirada de centenas de bilhões de partículas. O primeiro raio cósmico ultra-energético da história havia sido capturado pela equipe do físico norte-americano John Linsley (1925-2002). Valor energético estimado do zévatron: 0,14 x 1021 eV.

No chão e no ar

O petardo cósmico capturado por Linsley incentivou a comunidade a saber mais sobre partículas com tamanha energia. Nos anos seguintes, surgiram vários experimentos para detectar raios cósmicos. Alguns, como Agasa (Japão), Havenah Park (Reino Unidos) e Yakutsk (Sibéria), também usavam detectores terrestres. Outros, a partir da década de 1980, buscavam captar uma luz fluorescente (ultravioleta) que resulta da interação das partículas do chuveiro com os átomos da atmosfera, principalmente os de nitrogênio.

Recorde no olho de mosca

Em 1991, o recorde de Volcano Ranch seria batido por um zévatron capturado pelo Fly’s Eye – Olho de Mosca, pois a geometria dos detectores de fluorescência lembram o olho de um inseto. O experimento, em Utah (Estados Unidos), capturou um zévatron de 0,32 x 1021 eV. Essa é mais ou menos a energia de um tijolo atirado com a mão contra um muro com toda força. Vale lembrar que o ‘objeto’ que carregava essa energia era bilhões de vezes menor que um mero milímetro.