As hipóteses
Impulsão e decaimento

Acredita-se que os zévatrons sejam gerados por um desses dois mecanismos: a) forças eletromagnéticas intensas; b) decaimento de partículas exóticas. No primeiro caso, núcleos seriam impulsiona- dos por campos eletromagnéticos, o que pode levar milhões de anos até que se forme um zévatron. No segundo, ocorre o oposto: partículas impensavelmente pesadas, relíquias do Big Bang, se transformariam (ou decairiam) em constituintes da matéria com energia equivalente aos dos zévatrons. Alguns exemplos desses dois mecanismos: 

  • Magnestars: Estrelas de nêutrons (partículas nucleares sem carga elétrica) girando rapidamente (cerca de mil rotações por segundo) gerariam cam- pos magnéticos milhões de vezes mais intensos que o terrestre.
  • Choques de galaxias: Sim, galáxias podem se chocar. E essa trombada colossal poderia gerar zévatrons. E isso logo ali, a 20 milhões de anos-luz da Terra.
  • Buracos negros: O mais bizarro dos corpos celestes não só suga matéria e luz. Esses ralos cósmicos também vomitam jatos de matéria com energia, acredita-se, suficiente para originar ultra-energéticos. Porém, isso não é coisa para qualquer buraco negro: ele deve ter massa bilhões de vezes superior à do Sol.
  • Explosões de raios gama: São os eventos mais energéticos do universo. Geram, em segundos, energia equivalente à massa do Sol. Assim, supõe-se que possam acelerar prótons e outros núcleos até o patamar de zévatrons.
    Partículas exóticas: São previstas no papel, mas nunca foram detectadas. Ao decaírem, segundo os teóricos, poderiam gerar zévatrons. Nessa ala, há vários candidatos, alguns com nomes, no mínimo, estranhos, como críptons, vórtons e wimpzillas.
    Defeitos topológicos: O universo pode ter surgido com pequenos ‘defeitos de fabricação’, ou seja, diminutos volumes do espaço-tempo – um misto inseparável de altura, largura, comprimento e tempo – que se ‘esqueceram’ de explodir com o Big Bang e armazenariam quantidades incríveis de energia. Nos chamados defeitos topológicos poderia estar a origem de partículas com estonteantes 1025 eV de energia.