No caso dos raios cósmicos ultra-energéticos, a ciência parece ficção. E as dúvidas imperam, o que faz dessa área de pesquisa uma das mais instigantes da atualidade. Porém, em breve, através do Observatório Pierre Auger, a ciência poderá ter respostas definitivas para as duas principais perguntas sobre os zévatrons: ‘de onde eles vêm?’ e ‘como são acelerados?’
Consorcio internacionalO Observatório Pierre Auger – homenagem ao descobridor dos chuveiros aéreos extensos – foi proposto, no início da década de 1990, pelo físico norte-americano James Cronin, Nobel de Física de 1980, e por seu colega escocês Alan Watson. O aderiu ao projeto em 1995, ano da formação do consórcio internacional. Hoje, participam 15 países, 55 instituições – oito delas no Brasil – e cerca de 250 pesquisadores – entre eles, cerca de 30 brasileiros.
Três vezes o RioA Argentina foi escolhida como local de instalação no hemisfério Sul. Lá, nas planícies próximas à cidade de Mendoza, nos pampas argentinos, no oeste do país, o Observatório Auger ocupará, ao final de sua construção, uma área de 3 mil km2 – algo como três vezes o município do Rio de Janeiro. Nessa vasta planície, estarão distribuídos 1,6 mil detectores. Hoje, 400 deles já estão funcionando. Todos estarão instalados até o final de 2005. Prevê-se a construção de estrutura semelhante em Utah (Estados Unidos), o que permitirá uma cobertura de todo o céu.
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