Da torre Eiffel a balões
Um padre e um balonista

Em 1910, o padre jesuíta e físico holandês Theodor Wulf (1868-1946) levou um único detector de radiação (eletroscópio) ao alto da torre Eiffel, a 300 m de altura. Notou que a radiação era mais intensa que no solo. Mas não foi além em suas conclusões. Entre 1911 e 1913, o balonista e físico austríaco Victor Hess (1883-1964) se arriscou em dez vôos, levando detectores a quilômetros de altura. Notou, por exemplo, que a 5 km de altitude o nivel de radiação era 16 vezes maior que no solo. Fez um dos vôos durante um eclipse solar. Os resultados se repetiram. Sua conclusão: a ‘radiação etérea’ vinha do espaço, porém não do Sol. Em 1936, Hess ganhou o Nobel de física pela descoberta dos raios cósmicos, como foram batizados em meados da década de 1920.

Raios ou corpúsculos

Em 1927, o físico holandês Jacob Clay (1882- 1955) concluiu que os raios cósmicos eram partículas com carga elétrica e não radiação muito energética. A prova final a favor dessa conclusão veio com o físico norte-americano Arthur Compton (1892-1962) no início da década de 1930 em experimentos que envolveram dezenas de instituições ao redor do mundo.

Chuveiro extenso

Em 1938, o físico francês Pierre Auger (1899-1993) descobriu que o impacto inicial de um raio cósmico contra um núcleo atmosférico gera uma cascata de partículas, que ele captou através de detectores no solo dos Alpes. Batizou o fenômeno ‘chuveiros aéreos extensos’.