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Não bastasse o múon ser tratado como persona non grata no clube das partículas elementares, vieram outras surpresas inexplicáveis: começaram a ser detectadas partículas que se formavam em pares e que ‘viviam’ muito mais tempo que o previsto. As ‘partículas estranhas’ – mais tarde, reconhecidas como mésons K (ou káons) – eram apenas o prenúncio de uma torrente inesperada de novidades.
Multa de 10 milA partir da década da 1950,com o advento dos grandes aceleradores, formou-se um verdadeiro zoológico de novas partículas. Cada uma ganhou uma letra grega. Eram tantas que, nas palavras de um físico, temeu-se que o alfabeto grego não fosse suficiente. Em 1955, o físico norte-americano Willis Lamb Jr. descreveu o espanto de seus colegas: “[...] o descobridor de uma nova partícula elementar costumava ser agraciado com o prêmio Nobel, mas agora deveria ser punido com uma multa de $10 mil [dólares]”. Acima, vê-se como o cardápio de partículas se avolumou na época.