Uma pergunta – aparentemente simples – ainda intrigava os físicos: o que mantém o núcleo coeso? Prótons, sendo positivos, deveriam se repelir, e nêutrons não sentem a força eletromagnética. No início da década de 1920, já se desconfiava que uma força atrativa, muito intensa, deveria impedir a desintegração (desmantelamento) do núcleo. Em 1935, o físico japonês Hideki Yukawa (1907-1981) lançou uma idéia ousada: se a interação eletromagnética se dá pela troca de fótons entre as partículas com carga elétrica, por que algo semelhante não poderia ocorrer entre prótons e nêutrons? Surgia assim o méson – em grego, ‘médio’ –, pois sua massa estaria entre a do próton e a do elétron.
Quem encomendou isso?Dois anos depois, foi detectada uma partícula com as características do méson de Yukawa. Mas, em 1945, mostrou-se que ela praticamente não interagia com o núcleo atômico. Estranho, pois, caso ela fosse a responsável pela força forte, ela deveria, ao atravessar a matéria, ser ‘sugada’ com voracidade por prótons ou nêutrons. Sua identidade acabou revelada: era o múon, um primo mais pesado do elétron, o que acabou embaralhando todo o ‘menu’ de partículas da época. Com certa indignação e humor, o físico austríaco Isidor Rabi (1898-1988) resumiu o espanto dos físicos: “Quem encomendou essa partícula?”
Finalmente, o Píon
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Univ. of California / Berkeley |