No final do século 19, a descoberta de novos fenômenos causou perplexidade (e até ceticismo) nos cientistas da época. Uma delas foi feita, em 1896, pelo físico francês Antoine Henri Becquerel (1852-1908), que anunciou a existência de radiações emitidas pelos sais de urânio, com características no mínimo estranhas: eram invisíveis, espontâneas e de origem desconhecida. Atravessavam corpos opacos à luz e deixavam marcas em placas fotográficas. Eram também encontradas no elemento químico tório e em seus sais.
Rádio e PolônioEm Paris, o físico francês Pierre Curie (1859-1906) e sua mulher, a física e química polonesa Marie Sklodowska Curie (1867-1934), se dedicaram ao estudo das radiações, chegando a descobrir, em 1898, dois novos elementos químicos, por eles batizados rádio e polônio, ambos fortemente emissores de radiações – daí denominados radioativos.
Rumo à EuropaCom uma bolsa de estudos, o jovem Rutherford chegou, em 1895, à Universidade de Cambridge (Inglaterra), para trabalhar sob a tutela do físico inglês Joseph John Thomson (1856- 1940), que, dois anos depois, descobriria a primeira partícula subatômica, o elétron.
Alfa e BetaRutherford se dedicou ao estudo das radiações do urânio e mostrou, em 1898, que esse elemento emitia dois tipos de radiação, ambas de natureza corpuscular. Deu a elas o nome raios alfa (os facilmente absorvidos) e beta (aqueles com maior poder de penetração). Em Paris, Becquerel, entusiasmado com as novidades no campo das radiações, conseguiu demonstrar, em 1900, que os raios beta eram, na verdade, elétrons energéticos.
![]() |