Já mundialmente famoso por seus estudos sobre radioatividade, Rutherford volta à Inglaterra em 1907. Está agora na Universidade de Manchester, onde se cercou de colaboradores jovens e talentosos. Ele e seu novo assistente, o físico alemão Hans Geiger (1882-1945), tomaram conhecimento, em 1908, de que era possível visualizar sinais luminosos (cintilações) produzidos por raios alfa quando estes atingiam uma tela revestida com sulfeto de zinco (sal luminescente). A partir desse fenômeno, desenvolveram um método simples e bem sucedido de contagem de partículas alfa que se tornou a ferramenta principal em experimentos que envolviam detecção desse tipo de radiação.
Hélio sem elétronsEm 1909, com a ajuda do físico inglês Thomas Royds (1884-1955), Rutherford identificou definitivamente os raios alfa como sendo átomos do gás hélio que perderam seus dois elétrons – portanto, íons de carga elétrica dupla e positiva.
Bordas sem definiçãoQuando ainda em Montreal, as pequenas deflexões observadas com folhas de mica voltariam a ser tema de investigação. Rutherford e seus assistentes observaram que, quando uma folha finíssima de mica era interposta entre um feixe de partículas alfa e uma tela de sulfeto de zinco, a região nesta última onde ocorriam as cintilações se tornava maior, com bordas não bem definidas, mostrando que parte das partículas alfa era desviada de sua direção original. Essa deflexão era intrigante.
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