O Modelo do Big Bang
Átomo primordial

Georges Lemaître
Em 1927 – e independentemente de Friedmann –, o astrônomo e padre belga Georges Lemaître (1894-1966) chegou a resultados teóricos que mostravam um universo que se expandia. Porém, foi além. Alegou que, se as galáxias hoje se afastam, isso significa que, no passado, estiveram mais próximas. Lemaître conjeturou que toda a massa do universo esteve reunida num único ponto. Em 1933, ele deu a isso o nome de átomo primordial, que, para criar o universo, teria se partido em inúmeros pedaços.

Estrondo colossal

A idéia de um universo que evoluiu de um estado impensavelmente condensado e quente da matéria não agradou a todos. Pejorativamente, o modelo foi denominado Big Bang (grande estrondo), em 1949, por um de seus mais ferrenhos opositores, o cosmólogo britânicoFred Hoyle (1915-2001), numa entrevista para uma rádio. Ironicamente, o nome se tornou popular, passando, desde então, a se referir ao modelo.

Dois significados

Quando se fala de Big Bang, é preciso distinguir entre dois significados para o termo. No primeiro, aceito pela ampla maioria dos cosmólogos e sustentado em sólidas bases observacionais, o universo está em expansão e passou por uma fase extremamente quente no passado. Esse modelo é baseado na relatividade geral, bem como no que se conhece hoje sobre a interação entre as partículas subatômicas, ambas teorias bastante testadas. No segundo, o universo teve um início bem definido no tempo, e houve uma ‘singularidade’ (concentração infinita de matéria), onde a física perde o seu sentido. Nesse modelo, juntamente com o nascimento do universo, teriam surgido o espaço e o tempo. Como é baseado numa extrapolação da física conhecida para escalas de energia totalmente inatingíveis neste momento, ele não tem uma base firme e ainda é assunto de intenso debate.