Eco Primordial
Ruído tênue

O modelo do Big Bang chegou à década de 1960 sob críticas severas. Faltava ainda a ele uma comprovação observacional de peso. E isso se deu em 1964, quando, por acaso, os físicos norte-americanos Arno Penzias e Robert Wilson, pesquisadores dos Laboratórios Bell (Estados Unidos), detectaram, com o auxílio de uma antena de rádio, um ‘ruído’ extremamente tênue, porém persistente em todas as direções do céu. Quatro outros físicos norte-americanos, Robert Dicke (1916-1997), James Peebles, Peter Roll e David Wilkinson (1935-2002), que se preparavam para tentar medir a mesma radiação, logo perceberam do que se tratava: um ‘eco’ do Big Bang.

Radiação de Fundo

A radiação cósmica de fundo havia sido prevista ainda em 1948 por Gamow, Ralph Alpher e Robert Herman (1914-1997) como sendo um resquício de uma fase extremamente quente pela qual passou o universo, um ‘eco’ de uma época em que as partículas de luz (fótons) passaram a viajar livremente, sem interagir com a matéria. Essa radiação fóssil tem hoje a temperatura de 2,725 kelvin (cerca de 270 graus celsius negativos) e é um ‘retrato’ do universo 380 mil anos depois do Big Bang. Penzias e Wilson ganharam o Nobel de física de 1978 pela descoberta, mas o prêmio injustamente esqueceu a primazia das idéias de Gamow, Alpher e Herman.