Foi só em 1922 e em 1924 que modelos de universo não estáticos chamaram a atenção da ainda incipiente comunidade de cosmólogos. Naqueles anos, o matemático russo Aleksandr Friedmann (1888-1925) apresentou universos que se expandiam ou se contraíam. Einstein, inicialmente, não gostou desses resultados. E chegou a escrever uma nota para uma revista científica alegando que Friedmann havia se enganado nos cálculos. Posteriormente, percebeu o próprio erro, aceitando os modelos.
Dois pioneirosQuando se fala de um universo em expansão, é preciso se lembrar dos trabalhos de pelo menos dois pioneiros: os norte-americanos Henrietta Leavitt (1868-1921) e Vesto Slipher (1875-1969). Em 1912, Leavitt, uma das primeiras mulheres astrônomas, mostrou que a variação periódica do brilho das estrelas cefeídas podia ser um método para medir distâncias acima de centenas de anos-luz (cada ano-luz equivale a 9,5 trilhões de km). Já Slipher, ainda em 1915, dispunha de dados que mostravam que galáxias – apesar de esses objetos celestes não serem então reconhecidos como tais – estavam se afastando da Terra com velocidades que variavam de 300 km/s a 1.100 km/s, o que indicava que elas poderiam ser objetos extragalácticos.
Ponto insignificante
Em meados da década de 1920, o astrônomo norte-americano Edwin Hubble (1889-1953) empregou a luminosidadedas cefeídas para medir a distância de uma classe de nebulosas. Ele chegou a uma conclusão surpreendente: essas ‘nuvens’ estavam fora da Via Láctea. Com isso, as fronteiras do universo se alargaram. A Via Láctea, com seus bilhões de estrelas,não ocupava uma posição privilegiada nesse novo cenário cósmico. Éramos um ponto insignificante num vasto universo.