Efeito Fotoeléctrico
Elétrons que saltam

Naquele início de século, o chamado efeito fotoelétrico – no qual a luz (radiação eletromagnética) arranca elétrons de certos metais – aindaintrigava os físicos. Abaixode certa freqüência da luz incidente, por maior que fosse a intensidade luminosa, elétrons nãconseguiam escapar do metal. Quando se aumentava a intensidade da radiação, esperava-se, como previa a teoria, que elétrons mais energéticos saltassem. Porém, notava-se apenas um aumento na quantidade de partículas ejetadas, todas dotadas da mesma energia. Porém, ao se aumentar a freqüência da luz incidente – indo da luz visível para o ultravioleta, por exemplo –, os elétrons também se tornavam mais energéticos. A explicação para isso tudo escapava à físicada época.

Partículas de luz

Tentativas teóricas já haviam sido feitas para solucionar a disparidade entre teoria e experimento. Mas foi o artigo ‘Sobre um ponto de vista heurístico relativo à produção e à transformação da luz’, de 17 de março – portanto, o primeiro concluído naquele ano – que resolveu o problema. Nele, Einstein adotou uma hipótese aparentemente simples: a luz é formada por partículas, os quanta de luz, que passaram, em 1926, a ser chamados fótons. A energia da radiação vem, portanto, em pacotes (fótons). Com isso, o efeito fotoelétrico ganhou uma explicação que podia ser testada experimental- mente: aumentar a intensidade da luz significa apenas aumentar o número de fótons de mesma energia que incidem sobre o metal. Aumentar a freqüência da luz torna os fótons mais energéticos, pois sua energia, pela proposta de Einstein, é proporcional à freqüência – e isso faz com que os elétrons ganhem mais energia nas colisões com os fótons que os ejetam.

Idéia mais revolucionária

A idéia de que a luz tem natureza corpuscular foi classificada por Einstein como a “mais revolucionária” de sua vida. Em 1915, o físico norte- americano Robert Millikan (1868-1953), ao contrário do que pretendia inicialmente, chegou a resultados que confirmavam a previsão de Einstein sobre o efeito fotoelétrico. Foi principalmente por essa previsão quantitativamente correta que Einstein ganhou o Nobel de 1921 – o prêmio não cita ‘quanta de luz’, cuja realidade era ainda controversa.

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