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Histórico

24/05/2000 - A banca emite o resultado do concurso

25/05/2000 - Convocação de reunião dos pós-graduandos para discutir o
             assunto, feita por cinco pós-graduandos.

26/05/2000 - Carta aberta do Prof. Sebastião Alves Dias ao Diretor do CBPF.

29/05/2000 - Carta aberta do Prof. Bert Schröer ao Diretor.

29/05/2000 - Primeira manifestação da direção.

29/05/2000 - Carta do Coordenador de Pós-Graduação, referente à avaliação
             internacional do CBPF

31/05/2000 - Carta aberta da Associação dos Pós-Graduandos ao Diretor do CBPF.

31/05/2000 - Resposta do Prof. Sérgio Joffily ao Prof. Bert Schröer.

01/06/2000 - Segunda manifestação da diretoria, em resposta aos
             pós-graduandos.

06/06/2000 - Anúncio da Mostra de trabalhos relacionados ao Prof. Helayël
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



Convocação de reunião dos pós-graduandos para discutir o assunto, feita por cinco pós-graduandos

Em vista dos ultimos acontecimentos relacionados ao CONCURSO PUBLICO realizado nesta semana:

- REPROVACAO UNANIME dos TRES candidatos que vem trabalhando ativamente no DCP e que CITARAM em suas defesas de memorial COORIENTACAO e ATUACAO na pos-graduacao com o Prof. Jose Helayel-Neto;

- EXPLICITA REPROVACAO (pela banca do concurso) ao METODO de pesquisa em Teoria de Campos implantado por este professor no DCP;

existe o risco iminente de seu AFASTAMENTO dos quadros do CBPF em carater definitivo por falta de condicoes de garantir aos seus colaboradores o minimo de apoio ao trabalho que fazem pela instituicao.

Em virtude do essencial papel deste PROFESSOR na formacao dos alunos desta casa, CONVOCA-SE em carater de URGENCIA uma reuniao de POS_GRADUANDOS para discutir a atual situacao.

OBS.: Recentemente a Comissao Internacional de avaliacao da CAPES sugeriu que o curso de pos-graduacao em fisica obtenha conceito 7. Cabe ressaltar que o Professor Helayel-Neto e os alunos desta casa tiveram papel FUNDAMENTAL nesta reavaliacao (de acordo com o proprio documento enviado pela comissao).

HORARIO: 14H , SEGUNDA_FEIRA (29/05)

NO AUDITORIO DO TERCEIRO ANDAR

Ass.: Manoel M. Ferreira Junior/ Humberto Belich/ Gilmar Dias/ Francisco Augusto
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


Carta aberta do Prof. Sebastião Alves Dias ao Diretor do CBPF

Sr. Diretor,

Os fatos recentes, referentes ao concurso para provimento da vaga de Pesquisador Associado, nas áreas de Teoria de Campos e Partículas/Cosmologia e Gravitação/Física Nuclear delinearam um quadro extremamente preocupante no que diz respeito ao futuro de, pelo menos, uma linha de pesquisa no CBPF. Tendo-os em vista, é mandatória a manifestação de todos os que se preocupam com a construção e manutenção de uma instituição científica como o CBPF.

Refiro-me à reprovação universal e sistemática dos candidatos que demonstraram algum tipo de vinculação científica ao professor José Abdalla Helayël Neto. É completamente nítido que era o trabalho do Prof. Helayël o que estava realmente em julgamento no concurso. Tal julgamento foi realizado de forma dissimulada, covarde e cínica. Manifestou-se, então, de forma explícita, o conflito entre duas visões opostas da forma de fazer Física: de um lado, uma abordagem hierarquizada, competitiva, egoísta e voltada para a glorificação pessoal do líder do grupo de pesquisa; de outro, a cooperatividade, a livre circulação de idéias e opiniões, o papel do líder como coordenador de esforços, a aglutinação natural das pessoas em torno de idéias, antes que de proteção política.

A reprovação dos colaboradores do Prof. Helayël no concurso, longe de tomar os ares da casualidade que possam querer lhe impingir, reflete, antes de tudo, a rejeição ao esquema de trabalho vigente no DCP. E que tem este esquema de tão ruim, para ser rejeitado de forma tão violenta, para não dizer grosseira? Que grande mal está sendo urdido, que deformações estão sendo implantadas pelo Prof. Helayël, que devam ser tão pronta e duramente combatidas?

Números constituem-se freqüentemente em argumentos falaciosos. Não raro, são esgrimidos para defender a mediocridade e mascarar a falta de personalidade. No entanto, muitos que muitas vezes escoram-se neles, com igual freqüencia os negam, quando assim lhes é conveniente. Sendo assim, não deter-me-ei em levantamentos exaustivos (que já foram feitos) referentes à produção do grupo. Qualitativamente, referem-se a uma taxa altíssima de Mestres e Doutores formados e empregados, publicações nas melhores revistas internacionais, cursos de pós-graduação oferecidos sistemática e periodicamente, atualizados, formativos e de fronteira, interação com pesquisadores de diversas instituições do Brasil e do exterior, colaboração com o crescimento de grupos de Teoria de Campos em diversas instituições emergentes no Brasil e dezenas de outras atividades menos facilmente enquadráveis nos padrões de um curriculum Lattes, mas absolutamente essenciais ao estabelecimento e manutenção de um clima saudável para fazer Física. Em resumo, estamos falando do estabelecimento de uma Escola, uma visão, um modo de fazer e pensar a Teoria de Campos. Este é o grande mal a ser combatido.

E eis que a oportunidade se lhes apresenta: num concurso público, inscrevem-se três colaboradores do Prof. Helayël, talvez uma das primeiras gerações de frutos desta Escola. Aparece, então, a chance de combater a Escola, desmoralizando o trabalho paciente, lento e amoroso iniciado há mais de dez anos, que já ameaça instituir-se como modelo alternativo a ser seguido, a ser propagado a todas as instituições generosas que ainda restarem no Brasil. Que melhor oportunidade de colocar um carimbo de incompetência sobre este trabalho, reprovando estes candidatos universalmente e sem critério, instituindo-os como exemplo, enviando um recado às novas gerações: "fujam deste grupo, ou o seu destino será similar"?

A reprovação de Hugo, Marco Aurélio e Oswaldo é escandalosa. Todos estavam muito mais que suficientemente qualificados para participar do concurso. Fui testemunha pessoal da sua (deles) preparação obstinada durante meses. Mais do que isso, sou testemunha da dedicação de todos eles ao DCP, muito antes que se sonhasse que poderia haver um concurso. Todos os três são pesquisadores maduros, prontos para fornecer o melhor do seu esforço, dedicação e inteligência à Física. Expuseram seus memoriais e fizeram seus seminários de pesquisa sem serem seriamente questionados em momento algum. Pois se questionamentos havia, era de público que deveriam ter sido expostos, como convém àqueles que não têm porque esconder a sua opinião ou suas críticas. Isto poderia evitar manifestações como esta.

Digo que não houve questionamentos sérios, mas não que não tenham sido levantadas opiniões que, caso o espírito de todos estivesse preparado, já não evidenciassem o desfecho patético do episódio. De fato, foram citados dois pontos: o primeiro, uma pretensa quebra de hierarquia, ao se constatar que os candidatos em questão participavam ativamente de co-orientações; o segundo, caso tivesse sido levantado em contexto menos protegido do que o de uma banca de concurso, poderia ser passível de abertura de processo criminal. Dizia respeito a prováveis fraudes de autoria, em trabalhos com quatro autores ou mais, através da insinuação de que um ou mais destes autores não teria trabalhado. Comento brevemente os dois pontos nos parágrafos seguintes.

Em relação à primeira questão, é prática comum, em todos os lugares do mundo, a co-orientação de estudantes por parte de pesquisadores ligados a um outro, com maior experiência. O que não é exatamente comum, é que os pesquisadores mais jovens levem o crédito por esta orientação. É neste ponto que reside a "falta de hierarquia". No DCP, todo trabalho tem seu crédito, o Prof. Helayël nunca assinou um trabalho onde não tivesse estado envolvido em todos os estágios, desde a sua concepção, passando pelas contas e chegando às conclusões. Ele assim o faz e assim determina que seja feito entre os seus colaboradores. Seu curriculum cresce às custas do seu próprio suor, como aprendi que é o certo (bem antes de tornar-me físico). Entretanto, nunca deixou de supervisionar ativamente o andamento de todas as teses em que permitiu a co-orientação, desde a definição do problema a ser atacado até o oferecimento de toda a ajuda possível ao jovem pesquisador e ao seu pupilo. O nome disto é trabalho em equipe, uma coisa que egos inflados em excesso talvez nunca venham a conhecer, quem dirá entender. Nunca foi quebrada a verdadeira hierarquia, que consiste no respeito e atenção à experiência e aos conselhos de um Professor do quilate do Prof. Helayël.

A segunda questão não é desvinculada da primeira, e evidencia o quanto o DCP encontra-se distante da fórmula em vigor de produção científica. Pois, se o Prof. Helayël dá, ele mesmo o exemplo de como proceder em questões de autoria, como poderia ser admitido que, sob as suas barbas, florescessem a preguiça e a indolência. Muito ao contrário, a atitude geral no departamento é de simpatia, companheirismo e integração com os recém-chegados, com a imediata atribuição de tarefas e o enquadramento em grupos de trabalho. Todos sabem que o que os aguarda desde o momento em que põem os pés no DCP é TRABALHO. E é exatamente por isso que procuram o departamento. É de uma leviandade sem par a insinuação, totalmente desprovida de provas e ignorante do modo de produção do DCP, de que a produção científica das pessoas é artificialmente levantada. Uma acusação como esta causa surpresa e indignação, à qual só resta exprimir o mais puro repúdio.

Os candidatos aprovados (Francesco, Marcello, Luiz e Roman) gozam da minha amizade e estima pessoal. Jamais diria que qualquer um deles não poderia ser o vencedor do concurso. Em particular, Francesco terminou em primeiro com todos os méritos para tal. Causa-me revolta, no entanto, não a ordem particular que resultou do concurso. Alguma ordem teria que emergir e, em circunstâncias normais, com candidatos de alto nível, poder-se-iam observar diversas ordens diferentes, variando ao sabor de outras tantas escolhas de banca. Mas duvido que esta configuração se repetisse, sem os critérios obscuros mencionados acima. A reprovação dos três candidatos citados é absurda, por não ser motivada por qualquer critério claro; injusta, por excluir da aprovação candidatos que pouquissimo diferiam dos aprovados e fazê-lo para atingir terceiros; e extremamente desmotivante para os três jovens, que se prepararam para serem duramente avaliados, e não para serem imolados em sacrifício ritual.

Vivemos um momento de trevas em nossa instituição, densas como há muito não se via, ocasionadas pelo cinismo de decisões casuístas, como a que foi tomada pela banca do concurso. É indiscutível a excelência científica de todos os membros da banca. Seus critérios, porém, aplicados a esta situação, são amplamente discutíveis. Não sei se é possível apelar a eles para que revejam a sua decisão em público. Ao menos, apelo para que a revejam intimamente, reflitam no mal que fizeram, libertem-se do peso dos interesses passageiros, mesquinhos e oportunistas, deixem as vaidades momentaneamente de lado. O Prof. Helayël é uma luz, no meio destas trevas que os senhores (membros da banca) criaram. No que depender de mim e de muitos outros que sabem enxergar a sua abnegação, generosidade, competência e excelência como ser humano, esta luz não há de se apagar.

Sr. Diretor, de forma prática, venho solicitar a anulação do concurso em questão por motivos éticos. Convido também todos os pesquisadores que concordam em parte ou totalmente com as opiniões manifestadas acima a se manifestarem no mesmo sentido. Em minha opinião, esta é a maneira correta de se pedir desculpas por uma injúria feita a uma pessoa que, literalmente, dá a sua vida pelo CBPF. Não creio que poderíamos encontrar muitas pessoas como ele no mundo, portanto deveríamos nos sentir felizes e aliviados por tê-lo entre nós.

Sinceramente,

Sebastião Alves Dias Pesquisador Adjunto B-II, DCP/CBPF
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



Carta aberta do Prof. Bert Schröer ao Diretor

A personal opinion on last weeks concurso.

The result of last weeks concurso received critical opinions from several groups and individuals. As a suplente I was not involved in the selection process, but I studied the curricula and looked at several publications.

The number one choice would also have been my favorite candidate. But I have to admit that the following choices in particular the second are somewhat beyond my comprehension. I do not understand how somebody who represents a declining area of physics (nuclear physics) which at most Universities (apart from a very few Institutes for Nuclear Technology) including my own one (FU-Berlin) has been reduced or abandoned because of lack of intellectual stimulus, is of such importance that he reaches the second place in the list. This is especially incomprehensible if one realises that there is not a single publication which the candidate has elaborated alone. On the other hand there is among the excluded at leat one candidate (probably upon closer look even a second) who has done some quite original work including 3 publications under his name only. To me the result looks a little bit as if the banca was so exhausted after the first choice that it permitted a lottery (or worse) system to determine the rest. I know that there has been criticism from some students insinuating that the exclusion list reflects internal friction and rivalry. I do not know anything about that, but I do of course firmly believe that each candidate should be judged on his own merits and not by his affiliation to a research group at the CBPF. In addition I would find it hard to believe that some CBPF members use such an occasion to settle internal accounts, since from the loss of reputation to the outside will also dent their own. I believe that last weeks events show clearly that the present system of selection is not in the best interest of improving the scientific level of a university or research institute. With the system used in most countries in Europe the outcome would almost certainly have been different. There one has to verbalize the reasons which lead to an exclusion in every sinle case and explain the order in the final list in writing. The protocoll is signed by all members of the selection comission (there may also be deviating minority votes) and afterwards the written report is send as a recommendation to the faculty councel resp. in the present case to the board of directors. Unless there are grave doubts, which again have to enter a publically accessable protocoll (which never happened during my 35 active years), the list is accepted and the offer goes out. There was another technical problem with last weeks banca. When I left the USP on the Thursday before the 22., Elcio Abdallah was getting nervous because he did not receive the curricula yet, whereas I received them 2 weeks in advance (which gave me the chance to look at them more carefully). Since Francesco Toppan will certainly take the offer, no damage has actually been done to the institution as such. A different problem is whether some of the candidates will feel that their future has been somewhat prejudiced. Here my advice is to be happy about the first choice and to forget the rest of the list as fast as possible.

Rio de Janeiro 29. 05. 2000

Bert Schroer

desculpe de nao ter escrito em portugues, mas nao sei usar acentos e alem disso usei um teclado ingles.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


Primeira manifestação da direção

Aos colegas,

As cartas recentemente enviadas pelo CBPF, não refletem necessariamente a opinião do Diretor.

Rio de Janeiro, 29 de maio de 2000

Amós Troper Diretor
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



Carta do Coordenador de Pós-Graduação, referente à avaliação internacional do CBPF

Caros colegas e amigos do CBPF:

No subtítulo Avaliação Internacional da Capes, no endereço www.cbpf.br encontrarão uma cópia digital dos documentos enviados pelo Sr. Presidente da Capes a esta Coordenação de Formação Científica.

O relatório dos consultores internacionais reflete a excelência de nossa pós-graduação, que volto a repetir, é conseqüência direta da qualidade de nossos corpos docente, discente, técnico e administrativo. Quero aproveitar uma vez mais para parabenizar todos os professores, alunos e funcionários da Instituição pelo apoio, dedicação e competência na difícil tarefa de formar Mestres e Doutores.

Meu muito obrigado a todos, com um destaque especial ao Professor José Abdalla Helayël Neto por sua valiosa colaboração,

Aníbal Omar Caride
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



Carta aberta dos pós-graduandos ao Diretor do CBPF

Senhor Diretor,

Em relação ao recente concurso público para preenchimento de vaga de Pesquisador Associado em Teoria de Campos/ Física Nuclear/ Cosmologia, o conjunto dos pos-graduandos, a partir de decisao unanime tomada em assembleia geral, vem através desta expressar sua perplexidade diante do resultado anunciado pela banca dia 24 do corrente. Não se trata de lançar questionamentos sobre a primeira colocação, mas de ressaltar o absurdo injustificável traduzido na reprovação SUMÁRIA e UNÂNIME dos três candidatos H. R. Christiansen, O. M. Del Cima e M. A. Kneipp. Nenhuma análise isenta e honesta do percurso acadêmico e do atual desempenho destes doutores poderia levar a tal veredito. O único padrão lógico que sobrevive a este descalabro é a lamentável constatação de que a banca manifestou sua reprovação não aos candidatos referidos, mas a todo um sistema e filosofia de trabalho adotados no DCP, o que configura um nítido desvio de conduta da banca no exercício de suas pretensas funções de julgamento de mérito acadêmico.

Fatos ocorridos no transcorrer do concurso reforçam estas afirmações: a crítica explícita da banca às coorientações conduzidas pelos pós-docs ligados ao DCP, e a leviana e covarde insinuação de que co-autorias de trabalhos publicados por um dos citados doutores poderiam ser forjadas. É evidente que a auto- atribuição, por parte da banca, de legitimidade inquestionável permitiu um flagrante desrespeito ao trabalho realizado nesta casa, configurando um caso de inaceitável ingerência externa na postura de um grupo de pesquisa deste Centro, sem nenhum constrangimento de qualquer natureza, e violando claramente os limites éticos.

Diante do ocorrido a direção do CBPF tem obrigação ÉTICO-MORAL de declarar explicitamente à comunidade científica desta casa qual a sua POSIÇÃO. O silêncio e a omissão levariam à inevitável interpretação de que a Diretoria acata inteiramente as restrições da banca ao trabalho do DCP, consolidando a condenação à conduta de um grupo de profissionais liderados pelo professor José Abdalla Helayël-Neto, cuja contribuição à produção científica e à excelência da pós-graduação desta casa é de relevância notória. A ausência de um oficial e público questionamento às reprovações referidas e de uma indissociável revisão da validade do concurso implicaria uma submissão desta casa a critérios não-acadêmicos, contrariando toda uma história de independência científica do CBPF, e depositando sobre a autoridade maior do Centro toda responsabilidade desta injustiça deliberada.

Os três doutores prejudicados já têm considerável história de produção de alto nível junto ao DCP. Seria surpreendente e lamentável perceber que a sua (deles) contribuição às recentes avaliações extremamente positivas, por comitês nacionais e internacionais, recebidas pelo CBPF possam agora não merecer o devido respaldo oficial. Urge que a direção evidencie sua postura, sob pena de gerar no seio da comunidade acadêmica a certeza de que esta casa admite abrigar um fazer científico de qualidade menor, passível de censuras em termos gerais, vinculadas a um imoral desprezo a incontestáveis méritos acadêmicos.

Os pós-graduandos deste Centro manifestam seu total repúdio a este ataque ao grupo de Teoria de Campos do DCP, e conclamam o Diretor a manifestar sua posição de maneira explícita e oficial, para o benefício da clareza de propósitos que norteiam esta casa.

APG/CBPF
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


Resposta do Prof. Sérgio Joffily ao Prof. Bert Schröer

Resposta a Bert Schroer :

Em relação à carta aberta de Bert Schroer sobre o concurso da última semana no CBPF, sinto-me obrigado a fazer um comentário, uma vez que o veículo de comunicação utilizado, nosso correio eletrônico, o cbpfnews, atinge um público de espectro amplo e heterogêneo, inclusive alunos de iniciação científica e do nosso projeto de vocação científica.

A sua opinião sobre a Física Nuclear poderia ser tomada como um simples ponto de vista. No entanto, partindo de alguem que aceitou fazer parte da banca, mesmo como suplente, onde estava previamente definida a participação de candidatos de diferentes áreas, tal opinião passa a ser tendenciosa. O que se confirma ao pré-julgar um dos candidatos, questionando : "I do not understand how somebody who represents a declining area of physics (nuclear physics) which at most Universities (apart from a very few Institutes for Nuclear Technology) including my own one (FU-Berlin) has been reduced or abandoned because of lack of intellectual stimulus, is of such importance that he reaches the second place in the list."

Não cabe aqui polemizar sobre a importância relativa de diferentes áreas da Física, mas seria educativo deixar claro que tanto a Física Nuclear, quanto a teoria de Campos e a Cosmologia, como as outras linhas de pesquisas do CBPF, têm questões em aberto que justificam o seu desenvolvimento. O que ficou demonstrado, por suas lideranças, nas apresentações prévias pleiteando novas vagas.

Não compartilho a opinião de que, a Física Nuclear seja uma área da Física em declínio. Se no seu instituto (FU-Berlin) está sendo reduzida ou abandonada, não é razão para fazermos a mesma coisa sem uma indagação e reflexão prévia. No CBPF, todos os seus laboratórios sempre foram destinados à pesquisa fundamental de forma independente. Não devemos direcionar ou extinguir a pesquisa fundamental, fonte do conhecimento novo, a qualquer tipo de pretexto externo, muito menos por uma suposta "perda de estímulo intelectual". Este tema é oportuno, sobretudo neste momento, quando existe uma proposta de um novo regimento interno modificando a finalidade e os objetivos do CBPF.

Rio de Janeiro, 30/05/2000

Sergio Joffily
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


Segunda manifestação da diretoria, em resposta aos pós-graduandos

Prezados Pos Graduandos,

Em relação à carta que me foi enviada pela Associação, tenho a declarar:

1. A banca - do mais alto nível científico nacional - constituída para o concurso realizado entre os dias 22 a 24/05/2000, foi escolhida pelo CTC do CBPF.
2. Não houve nenhuma impugnação de qualquer membro da banca antes da realização do concurso.
3. O concurso foi supervisionado pela Comissão de Concursos, nomeada pelo Diretor: todas as recomendações do Edital foram cumpridas. No decorrer do Concurso, ficou explícita a total lisura de sua realização .
4. A banca elaborou uma ata, único documento válido acerca do concurso e cabe ao Diretor levar o documento ao CTC, para sua homologação.
5. Todos os candidatos que participaram do concurso continuam a usufruir das mesmas prerrogativas que o CBPF lhes tem outorgado.

Sem mais,

Atenciosamente,

Amós Troper Diretor do CBPF
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



Anúncio da Mostra de trabalhos relacionados ao Prof. Helayël

Mostra de trabalhos relacionados ao Prof. José Abdalla Helayël Neto

Os pesquisadores em Teoria de Campos e Partículas do DCP-CBPF convidam toda a  comunidade científica brasileira para a Mostra de trabalhos do grupo, que ocorrerá  na sexta-feira, 9 de junho de 2000, no auditório Juan Jose Giambiagi (3o andar do CBPF). A Mostra pretende expor a filosofia geral de trabalho, vigente no DCP,  abrindo espaço para todos os comentários e/ou críticas que se façam presentes.  Convidamos, na mesma medida, todos os amigos e colaboradores do Prof. Helayël, assim como todos os que tiverem restrições, de qualquer espécie (científica, ética ou mesmo  pessoal) ao seu trabalho e/ou ao trabalho do grupo. Abaixo segue a programação do evento:

Programação

Sexta-feira, 9/06/2000

10:00h - Abertura: Prof. José Leite Lopes (pesquisador emérito CBPF/DCP)
         A história do DCP e o trabalho do Prof. Helayël

10:30h - Sebastião Alves Dias (CBPF/DCP)
         Simetria de Calibre e Quantização

11:00h - Álvaro Luiz Martins de Almeida Nogueira (CBPF/DCP)
         Aspectos do Acoplamento Não-Mínimo com Supersimetria Estendida

11:30h - Winder Alexander de Moura Mello (CBPF/DCP)
         Monopolos tipo Dirac nas Eletrodinâmicas de Maxwell e
         Maxwell-Chern-Simons

12:00h - 14:00h:  Almoço

14:00h - Hugo Christiansen (CBPF/DCP e UCP/GFT)
         D-branes e Cordas em Teorias de Dirac-Born-Infeld

14:30h - Oswaldo Monteiro Del Cima (CBPF/DCP e UCP/GFT)
         Estados Ligados Elétron-Elétron na QED Planar e Supercondutores
         de Alto Tc

15:00h - Marco Antônio de Andrade (UCP/GFT)
         Espinores, Mecanismo de Kaluza-Klein e Teorias de Unificação

15:30h - Alexander William Smith (CBPF-DCP)
         Generalização da Solução de D'Alembert para o operador
         D'Alambertiano^n

16:00h - José Abdalla Helayël Neto (CBPF/DCP e UCP/GFT)
         Técnicas de Superespaço Estendidas à Quebra de Supersimetria

16:30h - Debates Finais e Encerramento
 

Para mais informações em relação às motivações e objetivos da Mostra, vá até o endereço http://www.cbpf.br/~dcp/mostra.

Organizador: Sebastião Alves Dias (tiao@cbpf.br)